Meu peito está estraçalhado, são rasgos de um amor platônico... Das Feridas escapa um grito mudo, como de um bebe abandonado dentro de um saco na correnteza do rio. Ninguém escuta a minha dor. Amar dói... Machuca o coração, deixa marcas na alma. É triste descobrir dessa maneira... o quão fria você poderia ser... Por que você despertou em mim esse romantismo de segunda geração? ... Ahh o mal-do-século...
Porém como fogo em meio a mata virgem... se espalhou em meu peito a fúria quando você chora... Chora, mas chora lágrimas hipócritas, o pranto da mentira, um manto da perfídia... A ti entreguei minha juventude, um ano de desperdício em juras de amor... Mas querida não se preocupe, cada palavra que disse a ti foi única e verdadeira... Só peço a você que no dia de meu óbito, não sujes minha memória com suas lágrimas de mentira... Quando esse dia então chegar, de ti só levarei a saudade dos tempos que de amorosas ilusões você me enchia... Se enquanto nessa passagem que relato, um pranto doloroso eu derramo, é pela perda da donzela que um dia eu sonhei cuja nunca aos lábios me encostou a face linda. Se eu vivi foi por ti, e agora meu único propósito é esperar que a morte me alcance, para então habitar eternamente num leito solitário, numa escura floresta, á sombra de uma cruz negra, onde escrito estará: “sonhou, amou, porém fracassou”, onde suplico que á tão invejada paz do vale, e a sombra da noite na montanha, cuja minh’alma amava tanto, que protegei meu corpo abandonado, aí sim Ó virgem mãe dos sonhos errantes, Filha do céu! Irei viver contigo. Pois meu desejo comanda meu destino, e a morte é a única liberdade...
Luiz Soares (Bryan)
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